segunda-feira, 6 de setembro de 2010

14° DIA: SANTIAGO

O café da manhã do Apart Hotel Los Españoles estava do nosso agrado; bem completo, mas o refeitório um pouco apertado... Estava ótimo.

Estávamos literalmente com medo de sair com o carro para passear por Santiago. Depois da experiência anterior de ficarmos perdidos até o fim da noite, ficamos extremamente traumatizados (mais eu do que o Marcelo). Chegamos a sair com o carro e voltar para o hotel, pois o GPS não estava nos ajudando em nada... Pedimos então, algumas informações ao recepcionista do hotel – que nos ajudou bastante.

Com as informações do recepcionista, seguimos (de carro) até o Parque Metropolitano de Santiago. Ficamos até com vergonha de ter solicitado estas informações, pois o parque era ridiculamente perto do hotel.

O Parque Metropolitano de Santiago é o maior parque urbano do Chile com 722 hectares. É praticamente uma reserva biológica, pois reúne diversas espécies de plantas e animais e abriga o Cerro San Cristóbal – morro com 300 metros de altura.

O parque está divido em diversos setores e pode ser percorrido de carro – uma boa alternativa para os que não estão com muito tempo disponível, já que o parque é todo composto de subidas íngremes (paga-se uma taxa de CH$ 2.000,00 para entrar com o veículo).

Já dentro do parque, nossa primeira parada foi o Jardim Japonês – um jardim pequeno e sem muitos atrativos, mas com uma vista impagável da cidade. Do seu mirante, pode-se avistar a Cordilheira do Andes.


JARDIM JAPONÊS - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO


VISTA DA CIDADE A PARTIR DO JARDIM JAPONÊS - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Passamos então pelo Jardim Mapulemo, um espaço que representa as diversas regiões do Chile através de sua flora. Muito interessante, pois reúne diversas espécies de plantas em um lugar só com placas explicativas. Adoramos as “Palmas chilenas”, árvores que mais se pareciam com gigantes abacaxis!


PALMAS CHILENAS NO JARDIM MAPULEMO - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Continuamos subindo com o carro e parece que a cada metro alcançado a vista dos Andes se tornava mais incrível.


VISTA DA CORDILHEIRA DOS ANDES - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Chegamos ao topo do Cerro San Cristóbal e tivemos a sorte do dia não estar nublado. Com o dia claro e límpido tivemos a melhor vista da Cordilheira dos Andes de toda a viagem. O interessante é que sobre a cidade de Santiago paira uma camada de poluição que não consegue se dissipar devido à cordilheira – certamente um fenômeno natural curioso de se observar. Realmente, uma imagem inesquecível...


VISTA DA CORDILHEIRA DOS ANDES A PARTIR DO TOPO DO CERRO SAN CRISTÓBAL - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

No topo do Cerro San Cristóbal existem algumas lanchonetes e lojinhas de artesanato, onde aproveitamos para fazer algumas comprinhas de rotina e observar as gigantes epanadas que eram vendidas a preço de banana.


EMPANADAS VENDIDAS NAS LANCHONETES DO TOPO DO CERRO SAN CRISTÓBAL - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Este local funciona como uma área de descanso para ciclistas e corredores e percorreram toda a subida como atividade esportiva. Reconheço que subir este morro a pé ou de bicicleta deve exigir um preparo físico avançado, mas se eu fosse recompensada com uma vista destas, acredito que faria o trajeto duas vezes por dia!


CICLISTAS NO TOPO DO CERRO SAN CRISTÓBAL - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Quem não está motorizado e não tem preparo físico nível 10, tem a opção de chegar ao topo do Cerro San Cristóbal via Furnicular – um bondinho simpático.


FURNICULAR CERRO SAN CRISTÓBAL - PARQUE METROPOLITANO - SANTIAGO

Depois de tirar muitas fotos e nos dar ao luxo de ficarmos “cansados” desta vista, descemos todo o parque de carro e fomos até o centro da cidade com ajuda de um mapa que eu havia comprado em Buenos Aires, cerca de um ano atrás, quando a viagem ainda estava no papel.

Resolvemos parar o carro em um shopping e caminhar pelo centro.

Passamos pela Calle 21 de Mayo, uma rua que está para Santiago, assim como a Ladeira Porto Geral está para São Paulo em termos de muvuca. O grande atrativo desta rua são as lojas de lanas, ou lã na nossa língua. Quem gosta de trabalhos artesanais ou tem uma mãe aficionada por crochê ou tricot que nem a minha, fica maluco por lá... As megalojas contam com lãs que não existem no Brasil a preços bem convidativos, além de cursos e reuniões de mulheres que não conseguem viver longe das agulhas! Bem interessante...


LOJA DE LÃS NA CALLE 21 DE MAYO - SANTIAGO


LOJA DE LÃS NA CALLE 21 DE MAYO - SANTIAGO

Caminhamos um pouco pela Plaza de Armas, marco zero da cidade de Santiago. Nela se encontra a estátua de Pedro de Valdívia (fundador da cidade) montado em seu cavalo, muitos transeuntes, crianças brincando na fonte e vendedores de bugigangas. Uma bagunça gostosa de se ver.


PLAZA DE ARMAS - SANTIAGO
Em frente à praça está a Iglesia Catedral – catedral da cidade. O mais interessante é observar sua arquitetura barroca em contraste com o moderno prédio espelhado ao lado – foto clássica de todos os turistas que passam por Santiago.


IGLESIA CATEDRAL - SANTIAGO
Entramos em uma galeria repleta de lojas de artesanato e restaurantes com comidas típicas. Achamos interessante a forma como os pratos prontos ficam expostos em vitrines tentando atrair os consumidores. Apesar dos pratos enormes, baratos e chamativos, não tivemos coragem de parar em nenhum dos stands estilo Mercadão.


RESTAURANTES EM UMA GALERIA DO CENTRO - SANTIAGO

Fomos almoçar no KFC – a saudade do balde de frango frito que abandonou o Brasil há alguns anos era grande. Ficamos chocados com o baixo preço das refeições. Almoçamos muuuuuito bem e gastamos pouquíssimo – CH$ 6600,00, algo em torno de R$ 24,00 com direito à cerveja e tudo!


ALMOÇO NO KFC - SANTIAGO

Continuamos caminhando sem rumo e passamos por diversas construções históricas e prédios de importância econômica até chegar ao Palácio de La Moneda, local de trabalho e moradia dos presidentes chilenos. Com guardas de uniformes impecáveis e um jardim extremamente bem cuidado é um belo cenário para fotos.


PALACIO DE LA MONEDA - SANTIAGO

Em baixo do Palácio de La Moneda, existe o Centro Cultural Palácio de La Moneda, espaço que abriga exposições com boas amostras de artesanato chileno. O acesso ao Centro Cultural se dá por uma escadaria na praça do Palácio de La Moneda que leva aos três andares subterrâneos que recebem iluminação natural através dos espelhos d’água da praça.


CENTRO CULTURAL PALACIO DE LA MONEDA - SANTIAGO


AMOSTRA DE ARTESANATO CHILENO - CENTRO CULTURAL PALACIO DE LA MONEDA - SANTIAGO

Voltamos para o shopping onde deixamos o carro e aproveitamos para tomar um sorvete e dar uma voltinha. Entramos pela primeira vez em uma loja Ripley, imensa loja de departamentos chilena que vende tudo muito barato e nos apaixonamos. Os preços baixos da Ripley despertou nosso instinto consumista e toda vez que víamos esta loja em algum outro lugar éramos obrigados a entrar.

Retornamos ao hotel e com medo de sair com o carro a noite e não achar o hotel nunca mais, resolvemos pedir uma pizza e comer no quarto mesmo!

Total de quilômteros rodados no dia (incluindo os passeios): 35 Km

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

13° DIA: VINÃ DEL MAR - VALPARAÍSO - SANTIAGO

Acordamos e descemos para tomar café da manhã. Na recepção vimos as bandejinhas de café da manhã já montadas por pessoa (1 copo de suco artificial, 1 pan amassado – pão típico do Chile, parecido com o nosso pão sovado, e 1 pacotinho com 2 bolachas recheadas). Diante de tanto capricho, resolvemos fazer o check-out, sair logo para passear e tomar café da manhã na rua mesmo...

Caminhamos pela Av. Marina, avenida beira-mar que tem início à esquerda do Estero Marga Marga, espécie de rio que corta a cidade e desemboca no mar. Viña del Mar é uma cidade muito bonita – tudo é muito bem cuidado, os jardins são impecáveis e não há lixo nas ruas.

AVENIDA MARINA - VIÑA DEL MAR

A arquitetura da cidade é bem interessante e conta com diversos castelinhos. Na Av. Marina passamos pelo Castillo Wulff e Castillo Ross. O primeiro (e mais bonito) funciona como um centro de exposições e foi construído sobre as rochas na beira no mar por conta dos terremotos constantes que abalavam a região na época de sua construção. Infelizmente, não estava aberto à visitas internas. O segundo, todo feito de pedra, funciona como um restaurante.

CASTILLO WULFF - VIÑA DEL MAR


CASTILLO ROSS - VIÑA DEL MAR

Seguindo pela Av. Marina passamos pelo Hotel Sheraton - muito elegante (que pena que não pudemos nos hospedar nele novamente) e pelo Ducap, um restaurante em formato de navio, construído sobre as rochas do mar – muito interessante.


HOTEL SHERATON - VIÑA DEL MAR

Chegamos, então, ao Reloj de Flores, um relógio feito com flores naturais que marca as horas exatas. Muito bem cuidado, é o cartão postal da cidade.


RELOJ DE FLORES - VIÑA DEL MAR

Voltamos pela mesma avenida e cruzamos o Estero Marga Marga por uma de suas pontes até chegar ao outro lado da cidade. O outro lado da cidade é bem animado, repleto de restaurantes, cafés, bares, lojas de artesanato, lojas de roupa, cassino, Starbucks, Mc Donalds, etc. Como não havíamos tomado café da manhã, resolvemos parar no Mc Donalds para o “desayuno” – leia-se “desadjuno” na língua dos chilenos (muito bom e barato, por sinal).


ESTERO MARGA MARGA - VIÑA DEL MAR

Deste lado do Estero Marga Marga, a avenida beira-mar se chama Peru e foi por ela que caminhamos. Passamos pelo Casino Viña del Mar, com uma estrutura bem imponente e um jardim belíssimo.


CASINO - VIÑA DEL MAR

A Av. Peru é formada apenas por quatro quarteirões e é repleta de barzinhos com vista para o mar. Aproveitamos pra entrar na praia, caminhar um pouquinho na areia e colocar as mãos nas águas geladas do Oceano Pacífico. Achamos que vimos um pinguim nadando no mar, mas como ele mergulhou e não apareceu mais, não temos certeza – é completamente possível!


PRAIA - AVENIDA PERU - VIÑA DEL MAR

Caminhamos então um pouco por dentro da cidade, onde encontramos diversas lojinhas interessantes de artesanato. Chegamos ao Museo Arqueológico Francisco Fonck. Não queríamos entrar no museu (que conta a história da Ilha da Páscoa), mas ver uma das grandes e misteriosas estátuas que notabilizaram a Ilha da Páscoa, um Moai original trazido da ilha que fica no jardim do museu.


MUSEO ARQUEOLOGICO FRANCISCO FONCK - VIÑA DEL MAR

Pegamos o carro e seguimos até Valparaíso, cidade portuária vizinha que fica a aproximadamente 15 Km de Viña del Mar. A cidade foi toda construída em cima de morros ou “cerros”, então para ir de um lugar ou outro normalmente os pedestres tem de recorrer aos elevadores, ou “ascensores” – espécie de bondinhos que sobem os morros. Com tudo isso, a cidade é bem bagunçada, com muito barulho e pouquíssimos lugares para estacionar na rua. Porém, é essa bagunça de cores e barulhos que é o charme de Valparaíso.

Subimos o Cerro Artilleria (principal Cerro da cidade) com o carro – ruas estreitas e sinuosas até chegar ao seu cume. No topo do Cerro existe um mirante onde tem-se uma vista geral das cidades de Valparaíso e Viña del Mar. Talvez ficar observando o movimento, as cores e os sons do porto seja o maior barato deste passeio. Muito bonito.


VISTA DO CUME DO CERRO ARTILLERIA - VALPARAISO

Ainda em cima do Cerro Artilleria existe o Paseo 21 de Mayo, uma ruazinha arborizada que concentra lojas de artesanato, uma feirinha com produtos típicos do Chile e poucos restaurantes.


PASEO 21 DE MAYO - VALPARAISO

Almoçamos em um dos restaurantes do Paseo 21 de Mayo, o Café Arte Mirador. A especialidade do lugar são os peixes e frutos do mar – o Marcelo disse que comeu o melhor salmão da vida dele. Porém, fuja das outras opções! Eu por exemplo, pedi um “Bife a lo Pobre” e a carne veio dura e cheia de nervos, a batata frita encharcada, o ovo mole e a cebola... com cabelo! O lugar é bem apertadinho, conta com somente um garçom e é um pouco desorganizado, mas oferece uma excelente vista do porto.

Depois do almoço, aproveitamos para dar uma olhadinha do curioso Ascensor Artilleria, um dos mais populares. O elevador tem 4 metros de comprimento, 2 metros de largura e percorre o seu trajeto de 175 metros lentamente em diagonal. Não utilizamos o ascensor como meio de transporte, mas só observar o seu trabalho já é bem interessante.

Nossa ideia inicial era passar a noite em Valparaíso, mas ainda eram 16:00, a cidade não nos pareceu ter muito mais atrações – ou estávamos com preguiça de continuar na bagunça – e tivemos a impressão de que não seria um lugar fácil para se hospedar.

Decidimos então que seguiríamos viagem até Santiago neste dia mesmo, mas queríamos já ir com o hotel reservado para não passar nervoso na hora em que chegássemos à cidade. Para reservar um hotel precisávamos de internet. Procuramos algum restaurante ou café que tivesse internet Wi-fi e não achamos nada. Fomos até o Supermercado Jumbo na esperança de conseguir pegar alguma rede de internet e nada... Pelo menos, conhecemos o supermercado que é gigante e conta com outras lojas de departamento dentro dele – muito interessante!

Nossa solução, então, foi retornar à Viña del Mar, já que sabíamos que estava cheia de locais com internet Wi-fi. Paramos no Starbucks, pedimos um café e um suco e usamos a internet. Enquanto estávamos no Starbucks, deixamos o carro estacionado em uma praça onde diversos flanelinhas trabalhavam, mas eles trabalham mesmo – além de cuidar do carro, lavam e deixam brilhando (com alguns risquinhos leves de brinde)... uma maravilha; o carro estava precisando de um banho...

Conseguimos finalmente reservar um hotel em Santiago – Apart Hotel Los Españoles da rede Best Western... deve ser ótimo, vamos embora!

Chegar até Santiago foi fácil. O problema é depois que você está na cidade. Nenhum dos GPS que levamos tinha o mapa atualizado da cidade, então, não sabíamos onde ficava o nosso hotel. Santiago é grande e não existe aquele conforto: perdeu a entrada, pegue a próxima! Perdeu a entrada, você cai em uma rodovia que só terá retorno 20 Km depois. Bom, pegamos algumas entradas erradas e retornamos muitos Kms depois. Depois de pedir MUITAS informações em diversos lugares, parar no posto de gasolina para entrar na internet e dar uma olhadinha no Google Maps, parar em becos escuros e esburacados, chegar aos lugares errados, estressar, achar que íamos dormir na rua, chegamos finalmente ao hotel!!!!!!!!!! Não acreditávamos, até chorei de emoção... achei que íamos ficar perdidos para sempre...

O hotel era muito confortável – ainda bem! A camareira que nos acompanhou era um pouco estranha, estilo mordomo da Família Adams. Mas tudo bem, tendo uma cama confortável e bem arrumada, um chuveiro bom, está valendo...

Extremamente exaustos de rodar em círculos, fomos dormir.

Total de quilômetros rodados no dia (incluindo os passeios): 195 Km

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

12° DIA: MENDOZA - USPALLATA - VIÑA DEL MAR

Hoje foi dia de pegarmos a estrada novamente. Partimos de Mendoza via Ruta 7 rumo a Uspallata. O dia estava um pouco encoberto, mas mesmo assim conseguimos visualizar as montanhas nevadas durante todo o trajeto.

A aproximadamente 60 Km de Mendoza, passamos por Potrerillos, um vilarejo situado em um vale da pré-cordilheira andina. Da estrada (Ruta 7), paramos para tirar fotos da Represa de Potrerillos, um imenso espelho d’água com 12 Km de largura e rodeado pelas montanhas nevadas. Uma paisagem única...


Chegamos em Uspallata, uma cidadezinha pequena, com poucas ruas pavimentadas em um vale encravado no meio das montanhas. Esta lugar foi o cenário do filme Sete Anos no Tibet – e não o próprio Tibet!


Foi nessa cidade que tivemos a primeira surpresa da viagem: começou a nevar!!!! Floquinhos brancos, molhados e fininhos caiam devagar sobre o chão e gradativamente foram aumentando em tamanho e velocidade. Um espetáculo lindo! Como nunca havíamos visto a neve cair, parecíamos duas crianças tentando pegar os floquinhos com as mãos... Uma pena as fotos não conseguirem representar o fenômeno que estávamos presenciando naquele momento.


Visitamos as Bovedas de Uspallata – ruinas arqueológicas no meio do deserto (via RP-52), herança dos índios que habitaram a região. Em seu interior funciona uma espécie de exposição de artigos indígenas. Não entramos, pois estávamos com frio e estava nevando em nossas cabeças. Corremos para o carro!


Tinhamos planejado passar a noite nesta cidade, mas como ainda estava cedo e não havia muito mais o que visitar na cidade (todas as outras atrações que tentamos ir estavam fechadas), tomamos uma decisão: iriamos atravessar para o Chile neste dia mesmo.

Na avenida principal que corta Uspallata paramos para abastecer o carro e comprar as cadenas – correntes usadas nos pneus para não atolar em caso de pista com barro ou neve. Pagamos no Kit com 2 unidades AR$ 300,00. Não sabemos se foi caro ou barato, pois não pesquisamos o preço em nenhum outro lugar anteriormente e precisávamos do equipamento caso a estrada estivesse com neve.

Finalmente, o tempo começou a abrir e o dia foi ficando ensolarado!

Para seguir para o Chile, continuamos pela Ruta 7, que após a cidade de Uspallata se torna bem sinuosa e passa no meio de um deserto com paisagens fantásticas. A cada curva descobre-se uma paisagem mais bonita. Neste trecho, a ruta acompanha o curso do Rio Mendoza.


A Ruta 7 – antes de chegar ao Chile – tem diversas atrações. A primeira delas é o Cementerio del Andinista, onde são enterrados alguns montanhistas que morreram na tentativa de subir o Cerro Aconcagua. Algumas covas são bastantes antigas e ha outras mais recentes, como de 2006, por exemplo. É um cemitério pequeno e surpreendente que vale a pena conhecer. Tem que prestar bastante atenção na sinalização, pois há somente uma placa indicativa, localizada bem na entrada.


Passamos também pela Puente del Inca – uma formação rochosa que passa pelo rio Mendoza como uma ponte natural, formada pela ação das aguas quentes do local. Embaixo da ponte existem as ruinas de um antigo hotel termal (fechado após uma avalanche na década de 60). Existe uma pequena feira de artesanatos em Puente del Inca. Talvez os objetos vendidos mais curiosos sejam as “coisas” petrificadas – a composição química das águas termais geram um processo de petrificação naquilo que é mergulhado em suas águas.



Dois quilômetros após passar a Puente del Inca chega-se à entrada principal do Parque Provincial do Aconcagua, uma área protegida de 71 mil hectares que abriga o imponente Cerro Aconcagua (a maior montanha da America Latina com 6962m de altitude). No parque é possível percorrer duas trilhas que levam aos principais mirantes. Para percorrer a trilha mais curta leva-se em torno de 15 minutos e não se paga nada. Para percorrer a trilha maior leva-se em torno de 3 horas e paga-se uma taxa de AR$ 6,00 por pessoa. Caminhamos um pouco pela trilha menor, pois o tempo era curto. Ainda assim, vimos paisagens lindíssimas.


Depois do Parque Provincial Aconcágua, passamos pelo Túnel Cristo Redentor. Dentro do túnel começamos a ver placas indicando que já estávamos no Chile. Ao sair do túnel já estávamos no Chile! A paisagem foi ficando cada vez mais bonita – muita neve, estações de esqui, montanhas altíssimas e sol.


Já em território chileno pegamos mais alguns túneis completamente congestionados com caminhões para chegar até a aduana. Levamos uns 30 minutos parados esperando a fila andar... Ao chegar na aduana perdemos mais tempo ainda. A burocracia para se entrar no Chile é enorme. Passamos por diversos guichês onde tivemos que apresentar sempre os mesmos documentos (documento – RG ou passaporte – e documento do carro). Com toda a documentação certa, veio um agente revistar o carro; mandou tirar todas as malas, abriu e olhou. Tudo certo! Podemos seguir viagem.

Pouco tempo depois de sair da aduana, chega-se à famosa estrada das 29 curvas, também chamada de Los Caracoles, uma descida extremamente sinuosa (com 29 curvas, é claro) em meio a muita neve. Ao olhar de cima a sensação é de medo, mas é só ir devagarinho, apreciando a paisagem que dá tudo certo.


Descemos a estrada e seguimos em direção à Viña del Mar, via Ruta 60. As estradas do Chile estão em ótimas condições e muito bem sinalizadas. Chegamos em Viña del Mar já de noite e fomos direto para o hotel (Bravamar) que havíamos pesquisado na internet - felizmente o hotel tinha vagas. Deixamos as coisas no hotel e saímos para comer.

A cidade de Viña del Mar a noite é muito movimentada. As ruas são cheias de restaurantes e barzinhos luminosos e coloridos e muitas pessoas passeiam de noite sem nenhum problema, mesmo no inverno. Jantamos em um restaurante mexicano (Maragarita) e a comida e o happy hour estavam ótimos.

Total de Kilometros rodados no dia (incluindo os passeios): 439Km

sábado, 14 de agosto de 2010

11° DIA: MENDOZA

Reservamos o dia para passear em Mendoza.

Tomamos café da manhã no Hote IBIS e não era tão bom quanto ao IBIS de Montevideo, mas dava pro gasto. Achamos uma casa de cambio chamada Cambio Santiago (Calle Espejo x Av San Martin), compramos alguns pesos e fomos passear.

Primeiramente fomos ao Parque General San Martin, um grande parque de 400 hectares no meio da cidade. Algumas ruas cruzam o interior do parque, facilitando o acesso às atrações para quem esta de carro. Na verdade, o parque foi criado para conter as fortes ventanias com as arvores e acabou se tornando um grande centro de lazer.


 
Lá passamos pelos Portones (entrada principal do parque), Cabalitos de Marly (réplica dos existentes nos Campos Eliseos em Paris), Fuente de los Continentes e El Lago.





Dentro do parque subimos ainda com o carro ao Cerro la Gloria, morro quem tem em seu cume um monumento do General San Martin. Do topo do cerro pode-se apreciar a vista da pré-cordilheira com picos nevados. Muito bonito.




Ao sair do parque seguimos em direção à Ruta do Vinho (RP 15) – uma retona só com diversos acessos para as principais vinícolas. Da estrada pode-se ver os imensos campos cobertos de parreirais. Logicamente, a pré-cordilheira ao fundo dá um “upgrade” na paisagem.


 
Tentamos visitar primeiro a Bodega Norton (que faz aquele vinho maravilhoso que tomamos em Buenos Aires). Infelizmente a bodega só aceitava visitas com reservas antecipadas. Fica para a próxima...



Pegamos o acesso para a Bodega Terrazas de los Andes. Desta vez, não pudemos fazer a visita guiada (AR$ 30,00 por pessoa), pois já havia um grupo participando naquele momento. Mas, pudemos degustar alguns vinhos, passear um pouquinho e tirar algumas fotos. O melhor de tudo é que não pagamos nada!



Fomos então à tão esperada Bodega Chandon. Estávamos espertos e já havíamos deixado nosso nome na lista para a visita das 14:00. A visita guiada com degustação custa AR$ 15,00 por pessoa e vale muito a pena. A guia explica de maneira simples como é a produção dos espumantes e a diferença entre seus tipos. Além disso, local conta com um jardim muito bonito. Adoramos o passeio e descobrimos que o espumante que gostamos é o Demi-Séc. Estamos começando a entender.






Voltamos para o centro de Mendoza, deixamos o carro em um estacionamento e caminhamos pela Av. San Martin a procura de um restaurante para o almoço. Decidimos almoçar no Café IL Panino, que nos pareceu ser um lugar bom e agradável. A comida estava boa, e na torta de limão veio o famoso cabelo. Estamos nos acostumando.

Voltamos para o hotel e jantamos por lá mesmo.

Total de kilometros rodados no dia (incluindo os passeios): 112 Km