Hoje foi dia de pegarmos a estrada novamente. Partimos de Mendoza via Ruta 7 rumo a Uspallata. O dia estava um pouco encoberto, mas mesmo assim conseguimos visualizar as montanhas nevadas durante todo o trajeto.
A aproximadamente 60 Km de Mendoza, passamos por Potrerillos, um vilarejo situado em um vale da pré-cordilheira andina. Da estrada (Ruta 7), paramos para tirar fotos da Represa de Potrerillos, um imenso espelho d’água com 12 Km de largura e rodeado pelas montanhas nevadas. Uma paisagem única...
Chegamos em Uspallata, uma cidadezinha pequena, com poucas ruas pavimentadas em um vale encravado no meio das montanhas. Esta lugar foi o cenário do filme Sete Anos no Tibet – e não o próprio Tibet!
Foi nessa cidade que tivemos a primeira surpresa da viagem: começou a nevar!!!! Floquinhos brancos, molhados e fininhos caiam devagar sobre o chão e gradativamente foram aumentando em tamanho e velocidade. Um espetáculo lindo! Como nunca havíamos visto a neve cair, parecíamos duas crianças tentando pegar os floquinhos com as mãos... Uma pena as fotos não conseguirem representar o fenômeno que estávamos presenciando naquele momento.
Visitamos as Bovedas de Uspallata – ruinas arqueológicas no meio do deserto (via RP-52), herança dos índios que habitaram a região. Em seu interior funciona uma espécie de exposição de artigos indígenas. Não entramos, pois estávamos com frio e estava nevando em nossas cabeças. Corremos para o carro!
Tinhamos planejado passar a noite nesta cidade, mas como ainda estava cedo e não havia muito mais o que visitar na cidade (todas as outras atrações que tentamos ir estavam fechadas), tomamos uma decisão: iriamos atravessar para o Chile neste dia mesmo.
Na avenida principal que corta Uspallata paramos para abastecer o carro e comprar as cadenas – correntes usadas nos pneus para não atolar em caso de pista com barro ou neve. Pagamos no Kit com 2 unidades AR$ 300,00. Não sabemos se foi caro ou barato, pois não pesquisamos o preço em nenhum outro lugar anteriormente e precisávamos do equipamento caso a estrada estivesse com neve.
Finalmente, o tempo começou a abrir e o dia foi ficando ensolarado!
Para seguir para o Chile, continuamos pela Ruta 7, que após a cidade de Uspallata se torna bem sinuosa e passa no meio de um deserto com paisagens fantásticas. A cada curva descobre-se uma paisagem mais bonita. Neste trecho, a ruta acompanha o curso do Rio Mendoza.
A Ruta 7 – antes de chegar ao Chile – tem diversas atrações. A primeira delas é o Cementerio del Andinista, onde são enterrados alguns montanhistas que morreram na tentativa de subir o Cerro Aconcagua. Algumas covas são bastantes antigas e ha outras mais recentes, como de 2006, por exemplo. É um cemitério pequeno e surpreendente que vale a pena conhecer. Tem que prestar bastante atenção na sinalização, pois há somente uma placa indicativa, localizada bem na entrada.
Passamos também pela Puente del Inca – uma formação rochosa que passa pelo rio Mendoza como uma ponte natural, formada pela ação das aguas quentes do local. Embaixo da ponte existem as ruinas de um antigo hotel termal (fechado após uma avalanche na década de 60). Existe uma pequena feira de artesanatos em Puente del Inca. Talvez os objetos vendidos mais curiosos sejam as “coisas” petrificadas – a composição química das águas termais geram um processo de petrificação naquilo que é mergulhado em suas águas.
Dois quilômetros após passar a Puente del Inca chega-se à entrada principal do Parque Provincial do Aconcagua, uma área protegida de 71 mil hectares que abriga o imponente Cerro Aconcagua (a maior montanha da America Latina com 6962m de altitude). No parque é possível percorrer duas trilhas que levam aos principais mirantes. Para percorrer a trilha mais curta leva-se em torno de 15 minutos e não se paga nada. Para percorrer a trilha maior leva-se em torno de 3 horas e paga-se uma taxa de AR$ 6,00 por pessoa. Caminhamos um pouco pela trilha menor, pois o tempo era curto. Ainda assim, vimos paisagens lindíssimas.
Depois do Parque Provincial Aconcágua, passamos pelo Túnel Cristo Redentor. Dentro do túnel começamos a ver placas indicando que já estávamos no Chile. Ao sair do túnel já estávamos no Chile! A paisagem foi ficando cada vez mais bonita – muita neve, estações de esqui, montanhas altíssimas e sol.
Já em território chileno pegamos mais alguns túneis completamente congestionados com caminhões para chegar até a aduana. Levamos uns 30 minutos parados esperando a fila andar... Ao chegar na aduana perdemos mais tempo ainda. A burocracia para se entrar no Chile é enorme. Passamos por diversos guichês onde tivemos que apresentar sempre os mesmos documentos (documento – RG ou passaporte – e documento do carro). Com toda a documentação certa, veio um agente revistar o carro; mandou tirar todas as malas, abriu e olhou. Tudo certo! Podemos seguir viagem.
Pouco tempo depois de sair da aduana, chega-se à famosa estrada das 29 curvas, também chamada de Los Caracoles, uma descida extremamente sinuosa (com 29 curvas, é claro) em meio a muita neve. Ao olhar de cima a sensação é de medo, mas é só ir devagarinho, apreciando a paisagem que dá tudo certo.
Descemos a estrada e seguimos em direção à Viña del Mar, via Ruta 60. As estradas do Chile estão em ótimas condições e muito bem sinalizadas. Chegamos em Viña del Mar já de noite e fomos direto para o hotel (Bravamar) que havíamos pesquisado na internet - felizmente o hotel tinha vagas. Deixamos as coisas no hotel e saímos para comer.
A cidade de Viña del Mar a noite é muito movimentada. As ruas são cheias de restaurantes e barzinhos luminosos e coloridos e muitas pessoas passeiam de noite sem nenhum problema, mesmo no inverno. Jantamos em um restaurante mexicano (Maragarita) e a comida e o happy hour estavam ótimos.
Total de Kilometros rodados no dia (incluindo os passeios): 439Km
Um comentário:
Sem cabelo??
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